quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ASFIXIA




No fundo acho que todos somos crianças mimadas e entediadas, não sabemos o que fazer e por isso enlouquecemos.


Mas como poderíamos não ficar entediados? Como podemos não ficar malucos? Somos trazidos ao mundo como uma forma de vida fraca e com um equilíbrio frágil. Tentamos construir um caminho pelo mundo e por isso vestimos a indiferença como armadura. Mas temos que ter um lugar onde possamos ficar livres disso, expressar nossos sentimentos, dizer a verdade, mostrar que ligamos para tudo e que isso não faz de nós fracos ou loucos. 


Um lar, um conforto, uma pessoa, algo que nos suporte, algum lugar para voltar, um destino, um objetivo, algo bom, um propósito. Nós não temos muitas coisas que nos faça querer sinceramente sair da cama. Por isso precisamos das trilhas da sociedade. Queremos ter uma casa, temos contas pra pagar por isso trabalhamos, mas o trabalho nos faz sentir vazios então precisamos comprar coisas, sair pra beber, conhecemos pessoas que nos fazem querer mudar, preenchemos nossas mentes com isso, com coisas que nos irritam e nos de prazer, e praticamente com qualquer coisa que tire nossa atenção do vazio que sentimos, para que possamos dormir a noite e ignorar os monstros de baixo da cama e dentro do armário.


Eu sempre fico deprimida nas férias. Acho que as férias serviram até hoje como uma contagem regressiva para o meu desespero. Elas me mostram como minha vida é vazia quando não estou cansada com a escola e a infinidade de besteiras que me preenchem, assim tenho tempo o suficiente pra me afogar em pensamentos tortuosos e afundar em silencio... Então me tiram, volto às aulas, eu estou bem de novo, cega de novo.


Só que eu sempre soube que um dia nada me puxaria de volta à superfície. Os anos dourados da infância já se passaram, e faz muito que se tornaram apenas uma promessa de dias felizes. Esta chegando o momento em que tudo o que me restará são meus pensamentos, tão cruéis e impiedosos, e então, minha asfixia será inevitável... E silenciosa.


Talvez vocês consigam respirar, talvez isso seja só eu, mas eu gosto de fazer essas sentenças no plural, me faz pensar, talvez ilusoriamente, que não sou a única a sufocar.

Talvez eu não seja.


Você está respirando?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Lembrete 3: Vivemos, Copiamos.

Copiamos, para tudo copiamos. Na escola, a matéria é considerada dada quando o professor tem registro de que passou textos para os alunos copiarem. Na hora de estudar, ninguém se importa em compreender os tais textos, apenas se importam em copiar e decorar as palavras certas. Assim aprendem? Aprendem como interpretar um texto ou a refletir sobre o que o autor se refere? Ao menos em filosofia, deveríamos viver de reflexão, deviam estimular isso, mas não. Novamente copiamos. O professor copia de um livro e nós copiamos do professor. Ninguém reflete, ninguém argumenta, ninguém entende, ninguém pensa. E depois os professores reclamam quando os alunos colam uns dos outros, copiando respostas. Mas ora, não foi isso que eles vem ensinando a tanto tempo? Copiar?
Então esses alunos copiões crescem sem aprender a reunir informações e criar opiniões. Escolhem uma informação entre varias e as usam como únicas e verdadeiras, já que quando jovens nunca aprenderam a refletir, não tem a capacidade de refletir sobre mais nada, seja política, trabalho, filosofia, etc.
Copiam informações em vez de tirar suas próprias conclusões, pegam uma teoria e a transformam em verdade porque não conseguem refletir, apenas copiar, apenas imitar.
Tornam-se então parte de uma sociedade ignorante. Seguem o fluxo de um sistema que abusa dessa falta de opinião.
Quantas vezes, quantas pessoas você já não viu repetindo as opiniões que viu na mídia? Repetindo coisas que às vezes nem entende, nem buscou compreender. Pessoas que não tem a capacidade de formar sua PRÓPRIA OPINIÃO.
Então você se pergunta como o mundo ficou assim, como as pessoas se deixam ser tão iludidas. E a resposta é simples:
O povo parou de criar e passou apenas a copiar.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Lembrete 2: Breve pensamento sobre o consumismo

Coisas dentro de coisas, para ocuparem menos espaço, para que tenhamos mais espaço para enfiarmos milhões de coisas em menores espaços, pois estamos cada vez em maior numero, cada vez com menos espaço e cada vez com mais coisas.

coisas

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Lembrete 1: O Mundo é Fascinante

Hoje me encontrei andando pelo quarto decretando e discordando coisas comigo mesma, quando me arrependi no instante em que pensei “o mundo é muito entediante, A vida é um tédio, nada magico acontece, nenhuma historia fantástica” e de fato com algumas coisas eu concordo mas apenas em parte, afinal, eu não monto em dragões dourados, não atravesso o espaço tocando meu violão, não tenho super poderes (ou tenho?) , não estou apaixonada por um romeu. Mas de modo algum, em nenhuma hipótese o mundo se tornou um lugar entediante para mim, pois por mais clichê que possa parecer para alguns de nós, o mundo É exatamente o que deixamos ele ser, você pode entrar em um cômodo e pensar “oh, é apenas mais um cômodo onde eventualmente ocorrem paginas da vida de alguém”, ou você pode se dar mais um pouco o “trabalho” de abrir os olhos e observar o lugar onde esta, por mais comum e entediante que pareça sempre vai ter algo para contemplar, as vezes mais obvio e as vezes não. Você pode passar todos os dias pela mesma ponte e nunca perceber como é a vista, seja de um rio, de outra avenida, de prédios ou o que for. O mundo não deixa de ser fascinante simplesmente por ser sempre o mesmo. Na verdade, se perceber, nunca é o mesmo. Pode parecer licença poética, mas é verdade, o mundo apesar dos apresares, da violência e de tudo isso com que nosso cérebro (sabe-se la porque) decide se ocupar, é um lugar magnifico.
E bem, sobre historias fantásticas e magicas, acho que isso se da pela percepção, se estiver com os olhos tão cerrados em um tedio ilusório, será preciso algo magnificamente Surreal para ser notado. Quanto mais nós acharmos o mundo fascinante, mais ele será. Assim seus olhos estarão cada vez mais receptivos a pequenas demonstrações de pequenas magias e seu mundo será cada vez mais fascinante.
Então o lembrete de hoje, o primeiro do blog, o primeiro do ano, é esse: Contemple, observe, receba, se deixarmos o mundo nos mostrar sua magia ele mostrará, não fique aguardando pela grande aventura que um dia mudará sua vida, pois pode perder os menores, as mais disfarçadas, os pequenos caminhos. Novamente apelando para os clichês (que estão certos realmente), as crianças vêm o mundo tão magico porque é novo, muitos de nós nos acomodamos a esse mundo de forma que vendamos seus encantos. Quando abrimos nossos olhos, derrubamos uma parede diante de nós para que qualquer um chegue até nós e nos atinja, seja com flores ou com flechas, para que nos fascine com o que for e isso não é algo ruim, afinal você esta aqui para sentir ou só esta de passagem?
Desvende-os.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O inicio.

Todos os dias acontecem coisas significativas em nossas vidas, algumas dessas coisas nós guardamos, alguma não, algumas julgamos ter importância e outras nem tanto.
As vezes deixamos pequenas coisas importantissimas passarem por nós pois parecem ser insignificantes. Nós nos esquecemos as vezes de coisas muito importantes. Eu me esqueci de coisas muito importantes, coisas que não deveria esquecer, pequenas coisas que formam o sentido da vida, lições belas que devemos guardar, anotar.. e lembrar.
É para isso que serve o livro de lembretes, para que a gente não se esqueça dos pequenos significados da vida, quem sabe como seria se cada pessoa tivesse um próprio "livro de lembretes" no bolso, o que as pessoas anotariam? O que achariam que merece ter importância?
Eu não sei muito, mas sei algumas coisas que tenho medo de esquecer quando for uma adulta ocupada de mais pra lembrar de pequenas coisas, por isso e outras coisas eu inauguro o meu livro de lembretes pra sempre me lembrar de pequenos valores e sentidos. E quem sabe alguns leitores se interessem, se identifiquem e entendam o que estou querendo dizer.
Agora, vamos tentar lembrar.